Uma análise rica em detalhes leva a grandes desfechos de enigmas que a ciência é capaz de explicar.
Certa vez um engenheiro na busca de um diagnóstico perfeito para avaliação dos sintomas de trinca em parede de cobertura da sua edificação, decidiu investigar baseado no levantamento de diversas hipóteses. Contudo, por meio de ações da espionagem abriu uma caixa que guardava em seu pensamento e que somente ele tinha a chave. Ao abrir essa caixa observou que saiam diversas interrogações sobre a anomalia apontada em sua edificação a ser desvendada, que a princípio parecia fácil.
Então, diversas indagações saiam da caixa: será que é do terreno? Será erro na elaboração do projeto? Será erro na fabricação do material? Será a má execução da obra? Ou talvez, possa ser exposição ao meio? Ou quem sabe, o mau uso e operação? Ainda pensava que poderia ser a falta de manutenção, ou até mesmo o fim da vida útil.
Como disse o detetive Sherlock Holmes em uma de suas investigações “uma vez eliminado o impossível, o que restar, não importa o quão improvável deve ser a verdade”.
Com o olhar crítico na arte de engenhar, o engenheiro, então, entra em cena com a crescente vontade de resolver o problema e na busca correta do tratamento dessa anomalia, assim como faz o médico na busca do diagnóstico. A analogia se faz, pois um corpo humano é composto por diversos membros, e estes em saúde adequada o fazem funcionar. E será que é diferente o funcionamento na edificação?
A atuação do profissional atualizado da engenharia focado com a mente em investigar até descobrir o real diagnóstico vem sendo crescente, saindo de cena o profissional não atualizado do “achismo” com fortes tendências em declinar. Para isso, metodologias tecnológicas roubam a cena, e os Sherlockianos engenheiros diagnosticadores utilizam-se dessas, com o propósito da busca da conformidade do resultado, além do que é de fundamental importância a expertise profissional, o conhecimento multidisciplinar, a pesquisa, a experiência prática, o pensamento crítico, analítico e disruptivo para o fechamento real de um diagnóstico.
A arte Sherlockiana de diagnosticar é simplesmente fazer o profissional pensar “fora da caixa”, quebrar paradigmas, observar com olhares críticos, sem medo de levantar hipóteses, mesmo que, a princípio, sem fundamento que, a depender, poderá ser o real diagnóstico da anomalia apontada.
Portanto, deve ser considerado a essência de certos diagnósticos o raciocínio dedutivo do patologista. A prática do saber tudo poderá aumentar significamente o tempo de vistoria, assim como poderá aumentar os custos da inspeção, ou até mesmo produzir resultados confusos e de difícil interpretação, bem como possuir limitações da precisão e padronização do método dependendo da técnica utilizada.
A engenharia diagnóstica tem degraus de ferramentas podendo ser desde a vistoria, a inspeção, a auditoria, a perícia que finda na consultoria. Por sua vez, essas ferramentas vêm sendo utilizadas para desvendar o enigma investigatório circunstanciado na excelência do saber.
Afinal, então vale apostar na investigação, no saber esperar, e observar na tentativa do acerto a partir da eliminação das possíveis hipóteses levantadas e na descoberta com tomadas de decisões inteligentes, mesmo que seja rápido ou devagar.
Pois, cabe ao engenheiro investigador o mesmo princípio que norteou Sherlock Holmes quando manifestou o seguinte pensamento: “É meu dever saber das coisas, talvez eu me tenha treinado para ver aquilo que os outros olham superficialmente.”