Infelizmente, a cultura no Brasil questiona, pela sua própria natureza e histórico, a aderência de Leis, que como vimos, nem sempre tem um caminho coerente, no entanto legal dentro do rito previsto, e assim mesmo sem o sentimento de que devemos cumpri-la.
Atualmente, a Lei Geral de Proteção de Dados – em vigor desde setembro de 2020 – sofre essa dúvida de “pegar ou não”.
Na pauta das empresas, este tema está longe de ser prioridade e a “aposta da vez” é: se a multa, prevista para agosto de 2021, vai pegar.
Sem querer entrar no mérito da discussão de que tantas Leis no Brasil são encomendadas, a LGPD, especificamente, tem propósito legítimo: proteger os dados pessoais de uma banalização desenfreada e mercantil.
Como exemplo dessa banalização pergunto: Com que frequência recebemos ofertas e publicidade de tantos produtos e serviços e nem ao menos sabemos de onde conseguiram nosso telefone, e-mail ou endereço?
É espantosa a assertividade de quem nos interpela com essas ofertas, que de alguma forma adere às nossas vontades, muitas vezes ocasionais, deixando explícita nossas preferências e necessidades.
E você ainda acha que essa Lei vai pegar? Você ainda tem dúvidas se as multas o alcançarão?
Com essa pequena reflexão, entendo que o caminho do entendimento do propósito da Lei, ainda que legítimo, é longo, e que a aderência, ou seja, a obediência a ela, está a passos curtos e lentos. No entanto, nossa obrigação é confiar e obedecer. Confiar no propósito e obedecer a autoridade fiscalizadora.
A LGPD não age por si só, é necessário o engajamento das empresas e instituições como controladora dos dados pessoais, da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) como fiscalizadora e aplicadora das sansões e penalidades e dos indivíduos, todos nós titulares de dados, de também nos blindar e proteger. Este tripé vai garantir a privacidade, segurança e proteção dos dados pessoais regulamentados na Lei.
Ao passo que há um crescente aumento de seguros de responsabilidades atrelados à vazamento de dados pessoais que está acontecendo em progressão geométrica indicam que empresas ainda pouco fazem no sentido da sua adequação â Lei Geral de Proteção de Dados. Ou seja, existe uma equação que não fecha, permanecendo a exposição de dados pessoais com lastro na premissa de que: será que essa Lei vai pegar?
Mas afinal, a LGPD vai pegar? A resposta é SIM. E se estamos falando de cultura, no Brasil as Leis “pegam” na marra, ou seja, à base de multas! E ainda pela consciência da população que começa a entender e exigir que seus dados pessoais estejam seguros!
Se você gostou deste artigo, confira também: confira as regras para as multas da LGPD
3 comentários em “Afinal, a LGPD pega ou não pega?”
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