O Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) é uma das maiores inovações fiscais do Brasil e revolucionou a maneira como empresas organizam e enviam suas informações fiscais ao governo.
Criado para modernizar e centralizar as obrigações fiscais, o SPED trouxe mais transparência, praticidade e controle ao cenário tributário. Mas, dentro desse sistema, há dois módulos que merecem destaque: a EFD ICMS/IPI e a EFD-Contribuições.
Se você é contador, advogado, gestor ou tributarista, entender o que são as EFD, como elas lidam com tributos indiretos, e o que muda com a Reforma Tributária é essencial para oferecer um trabalho mais estratégico e eficiente.
Por isso, neste artigo vamos explorar tudo o que você precisa saber sobre as EFD, sua importância para empresas, e como evitar os principais erros na entrega dessas informações.
O que é a Escrituração Fiscal Digital (EFD)?
A Escrituração Fiscal Digital (EFD) é conhecida por ser como um “caderno virtual” onde as empresas registram e organizam as informações sobre os tributos que pagam ou recebem. Esse caderno é enviado ao governo, que usa essas informações para verificar se as obrigações fiscais estão sendo cumpridas corretamente.
Existem dois principais tipos de EFD:
EFD ICMS/IPI | EFD-contribuições |
É obrigatório para empresas que realizam operações sujeitas a esses tributos. Registra informações relacionadas ao ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e ao IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). | É utilizado para detalhar receitas e outras operações sujeitas a essas contribuições.
Abrange as informações sobre PIS (Programa de Integração Social) e COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social). |
Para fazer o envio dessas obrigações, as empresas devem seguir prazos mensais, geralmente no início de cada mês, referente ao período fiscal do mês anterior. Esses prazos variam de acordo com o tipo de EFD:
EFD ICMS/IPI: Deve ser entregue até o dia 15 de cada mês, com os dados fiscais das operações realizadas no mês anterior. É obrigatório para empresas sujeitas ao ICMS (estadual) e ao IPI (federal).
EFD de contribuições: Deve ser entregue até o 10º dia útil do segundo mês subsequente ao período de apuração. É obrigatório para empresas que estão no regime de Lucro Real ou Presumido e realizam operações sujeitas ao PIS e à COFINS.
Tributos Indiretos são aqueles repassados ao consumidor final, mas quem recolhe e paga ao governo é a empresa.
“Dominar as EFDs é fundamental para garantir que as informações tributárias sejam entregues com exatidão, evitando multas e outros problemas com o Fisco”, ressalta Ricardo Prado, especialista em tributação digital.
Quais empresas são obrigadas a entregar as EFD?
Se a sua empresa realiza operações sujeitas a ICMS, IPI, PIS ou COFINS, ela provavelmente está obrigada a entregar essas declarações.
A entrega dos EFD é obrigatória para empresas que:
- EFD-Contribuições: Estão no regime Lucro Real ou Lucro Presumido;
- EFD-ICMS/IPI: Realizam operações sujeitas ao ICMS ou IPI.
O que os profissionais da área precisam entender?
A principal missão de contadores, gestores, advogados e tributaristas é garantir que as empresas estejam em total conformidade com a legislação fiscal. Para isso, é essencial:
- Estar atualizado com a legislação: a cada ano, o governo realiza mudanças e implementa novas regras no SPED e nas EFDs. Profissionais que dominam essas alterações têm uma vantagem competitiva significativa.
- Compreender o impacto da Reforma Tributária: o IVA (Imposto sobre Valor Agregado) substituirá tributos como ICMS, IPI e ISS. Isso muda a lógica de cálculo e crédito tributário.
- Utilizar tecnologia a seu favor: Ferramentas que automatizam o preenchimento e o envio das EFD são indispensáveis para evitar erros.
O que muda com a Reforma Tributária?
A Reforma Tributária promete simplificar o sistema tributário brasileiro, mas também traz desafios. Os tributos indiretos (ICMS, ISS, PIS, COFINS) serão substituídos pelo IVA. Essa mudança afetará diretamente a forma como os créditos tributários são registrados.
Com o IVA, a lógica de aproveitamento de créditos será alterada. As empresas somente terão o crédito tributário liberado quando seus fornecedores pagarem os tributos. Isso exige mais atenção dos profissionais, que precisarão monitorar a cadeia de fornecedores com mais rigor.
“Com o novo modelo, os inadimplentes perderão espaço no mercado. Apenas bons pagadores serão valorizados”, destaca Ana Paula Haskel, especialista em Direito Tributário.
Desafios e erros comuns na EFD: o que evitar?
Mesmo com tecnologia e processos bem definidos, erros podem acontecer. Aqueles que lidam com tributos indiretos precisam estar atentos a uma série de fatores que impactam diretamente suas operações e a conformidade fiscal.
Um dos primeiros pontos é a análise cuidadosa de quem são seus fornecedores. Trabalhar com empresas inadimplentes pode gerar problemas significativos no fluxo de caixa, especialmente com a chegada do IVA, dificultando a liberação de créditos tributários e impactando a saúde financeira do negócio.
Além disso, é essencial o uso da tecnologia e também investir na organização interna. Criar processos eficientes para reunir documentos fiscais, garantir a precisão dos dados e cumprir rigorosamente os prazos de entrega das EFD são passos indispensáveis para evitar multas e problemas com o Fisco.
Alguns dos erros mais frequentes incluem:
- Inconsistências nos dados: divergências entre notas fiscais e valores declarados são comuns e podem gerar autuações.
- Falta de integração entre sistemas: empresas que não utilizam tecnologias de gestão fiscal têm mais chances de cometer erros.
- Perda de prazos: o não cumprimento dos prazos de entrega pode resultar em multas elevadas.
A importância da capacitação profissional no SPED e na EFD
As constantes mudanças legislativas e a complexidade do sistema tributário exigem que os profissionais da área estejam sempre atualizados. Dominar o SPED e a EFD não é apenas uma obrigação, mas uma oportunidade de se destacar no mercado.
Por que investir em capacitação?
- Entender as nuances do SPED evita multas e autuações.
- Cursos especializados, como os oferecidos pela BSSP, capacitam profissionais para lidar com as mudanças legislativas e gerenciar sistemas tributários de forma estratégica.
Conclusão: o domínio da EFD é indispensável
A EFD ICMS/IPI e a EFD-Contribuições são pilares fundamentais no cumprimento das obrigações fiscais das empresas brasileiras. Mais do que simples registros, elas representam uma oportunidade de otimizar processos, evitar multas e garantir uma gestão fiscal eficiente.
Com a chegada da Reforma Tributária, o domínio dessas ferramentas será ainda mais crucial. Profissionais e empresas que se adaptarem rapidamente estarão na vanguarda do mercado, evitando erros e aproveitando as oportunidades que a nova legislação oferece.
Quer se preparar para os desafios e mudanças no sistema tributário?
Conheça o MBA em Contabilidade, Compliance e Direito Tributário e a Especialização em Reforma Tributária da BSSP e esteja à frente na área fiscal e tributária.
Gostou do conteúdo ou quer saber mais? Deixe um comentário 🙂