No entanto, diante de tantos componentes influenciadores, o desenvolvimento profissional também depende das oportunidades surgidas e aproveitadas, bem como da vontade de correr riscos; aperfeiçoar-se tecnicamente, persistência, do aprendizado diante das situações e, sobretudo, do querer fazer, mudar, considerar, adequar-se e adaptar-se ao que as empresas e a sociedade apresentem de inovador.
No primeiro dia de trabalho quando tudo é estranho e diferente é comum encontrar pessoas que motivem os aprendizes dizendo: “no começo as coisas são difíceis, mas depois tudo parecerá fácil”. Na verdade não é bem assim.
Possivelmente, o desenvolvimento profissional dos líderes tem início no lar, já que toda a bagagem cultural, familiar, crenças e valores fazem parte do aprendizado.
A primeira crise dos líderes é quando há o choque de valores pessoais com os valores corporativos. Quando isso acontece, o medo da perda do cargo ou a falta de tempo para pensar sobre o assunto ou mesmo a não percepção deste confronto, fazem com que os líderes sigam adiante, freneticamente, sem tempo para nada, só para atingir metas, contratar pessoas e comandar equipes. Independente do cargo de liderança, numa grande parte dos casos, a situação se repete, possivelmente.
Por outro lado, os líderes enquanto executivos, ou seja, enquanto técnicos de uma organização apresentam características, habilidades e competências pessoais e técnicas que os tornam competentes, reconhecidamente, podendo galgar outros cargos de liderança, por estarem aptos, e no quesito técnica, poderão ser muito eficientes.
Nos cargos de liderança, a concorrência para ascensão aos níveis hierárquicos é um fator a ser considerado, uma vez que as oportunidades surgirão e poderão ser oferecidas a diversos profissionais, já que muitos buscam a mesma ascensão, exigindo a atenção dos líderes como candidatos ou mesmo como requisitantes do candidato ao cargo. Nas duas situações, como candidato ou requisitante, será exigido do profissional saber lidar com a situação: seja promovido, escolhendo o candidato, ou voltando ao posto atual.
Infelizmente, não há curso ou técnica que ensine aos líderes como lidar com as frustrações, medos, inseguranças, mas o sistema organizacional, que é formado de seres humanos com os mesmos sentimentos, exige dos líderes: equilíbrio no desempenho das tarefas e condução de equipes, boa comunicação, empreendedorismo, criatividade, comprometimento com o desenvolvimento organizacional e habilidades para tomada de decisão.
Além de conhecimento tecnológico atualizado, habilidades no planejamento, projetos, e outros idiomas, cumprimento das metas e que transite na diversidade.
Sabemos ainda que, o mundo corporativo exige atualização e desenvolvimento contínuo dos seus empregados, baseado num sistema de punição para os que não atenderem aos requisitos mínimos da avaliação de desempenho. As avaliações muitas vezes servem de mecanismos de mera formalidade sem nenhuma contribuição positiva para o desenvolvimento nem no âmbito pessoal nem profissional, mas como um veículo de novo ciclo de frustração, medo, insegurança, mas as empresas que não aplicam a avaliação estão fora de moda. Talvez devamos pensar e avaliar até que ponto o modismo está tolindo os líderes,
As pressões e exigências corporativas sobre os líderes podem estar tão fortes que devam estar levando as pessoas a desistirem da liderança.
Pense bem, a liderança tem seu lado poético, bom e prazeroso. Afinal, deixar um legado é tudo que uma pessoa normal e com boas intenções deve desejar, não só como líder, mas como ser humano, logo pode ser fácil e bom ser líder. Por outro lado são tantas variáveis para administrar que torna praticamente impossível alcançar o objetivo.
Quando os cargos de chefia são preenchidos são percebidas diversas mudanças como: nova sala, cadeira, carimbo, cartão de visitas dentre outras, mas existe uma mudança da qual ninguém se dá conta logo que se torna chefe, mesmo sendo a de maior relevância: liderar equipes. A tarefa de conduzir equipes que implica em ter subordinados e não só ser um subordinado. Diante do baixo desempenho ou situação de estresse da equipe o indivíduo passa por um novo desafio atuar como líder. O chefe percebe-se novamente perdido, frustrado, com medo e logo conclui que se preparou para tantas situações, mas não para este momento. Dos líderes são requeridas, além das habilidades já citadas, habilidades interpessoais, administrar conflitos e decidir.
No cenário de crise o chefe deve atingir metas e tudo indica que a meta diária das empresas é “quanto mais tem mais quer” e que aos líderes cabe alcançá-las. O mundo corporativo capitalista parece deixar claro a todo o momento que é preciso ir além, a despeito do cansaço, da saúde, do querer individual, porque tem sempre muita gente querendo o lugar um do outro.
Os líderes em meio a toda complexidade contam com o cenário da mudança constante como sua aliada.
O sistema exige o desenvolvimento máximo do potencial de cada um, sem que haja recompensa individual suficiente, como ser humano, e evidencia a recompensa financeira, e está sempre procurando pessoas para atingir seus objetivos corporativos, não querendo evidenciar que uma empresa é composta de pessoas.
Dos líderes são requeridos comportamentos corporativos desde que na prática não possam chorar, sentir, gritar, discordar, desenvolverem-se como pessoas, embora sua principal tarefa, conforme ensinam nas universidades e livros, seja, simplesmente, amar.
Resumidamente, o desenvolvimento profissional dos líderes está atrelado a constante mudança onde a persistência e a coragem são recursos à disposição daqueles que entendem que como líderes devem romper com os sistemas impostos, rever conceitos, redescobrir novas formas de atuação, buscar a inovação, tentar novamente, refazer, mais uma vez, dar-se e um dia ser lembrado como alguém que fez a diferença: permita-se.
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