O Brasil é parte deste processo e, por isso, devemos estar atentos a essas oportunidades geradas a partir do comércio exterior. Elas podem levar qualquer empresa — não importando se é da área de gestão empresarial, de assessoria, indústria ou comércio — a não participar somente do mercado doméstico, mas a desenvolver transações com outros países. Dessa forma, geram emprego, renda e sustentabilidade ao negócio, permitindo que este seja mais duradouro e que não fique totalmente dependente do mercado interno. Como as mudanças são habituais, o tempo inteiro temos questões para responder.
Assim, as empresas tem desafios e, claro, precisam e contam com os profissionais das mais diversas áreas para poder solucionar problemas e ajudá-las na superação desses desafios. O intuito deste material é proporcionar um conhecimento maior sobre o comércio exterior, mostrando oportunidades de negócio para profissionais e organizações das áreas jurídica, contábil e empresarial. Sem a pretensão de esgotar o assunto, o propósito aqui é gerar reflexões sobre alguns pontos que podem ser trabalhados por aqueles que não atuam exclusivamente com assessoria de comércio exterior, mas que podem estender suas competências, gerando resultados e negócios no comércio internacional para qualquer empresa.
Que empresas podem participar do comércio exterior?
Não tenho dúvidas de que se eu perguntasse em quais produtos o Brasil reconhecidamente é forte no exterior, a resposta seria agrobusiness e exportação de commodities. Mais especificamente, seriam citados os grandes players do mercado: a soja, o minério de ferro e o café. Mas será que o comércio exterior só vale para essas grandes empresas do mercado? É evidente que não. O comércio exterior é viável para qualquer modelo de negócio, para qualquer empresa. Sabemos que não é uma atividade simples e que envolve muita burocracia, além de vários desafios a serem superados.
No entanto, as organizações que fazem seu planejamento de maneira consistente, com informações que possam embasar o início de operações no comércio exterior, acabam tendo muitos benefícios do ponto de vista de sustentabilidade dos negócios, fazendo com que a empresa não fique 100% dependente do seu mercado doméstico, o que é muito relevante. O comércio exterior é importante e indispensável. Não existe desenvolvimento dentro de um país sem comércio exterior, realizado por meio de acordos comerciais e transações comerciais entre os países. E por que ele é tão necessário? Como vem se intensificando ao longo dos anos? A resposta é: por conta das transformações que vem ocorrendo no mundo.
Há bastante tempo temos visto mudanças ocorrendo diariamente, muita tecnologia nova e disruptiva que tem alterado o cotidiano de todos, incluindo o das empresas. Esse imenso volume de transformações ligado à tecnologia ficou conhecida como 4ª Revolução Industrial ou Mundo Exponencial, porque ocorre em larga escala e rapidamente. Desta forma, as empresas têm sido obrigadas a repensar seu modelo de gestão, seu processo produtivo, fazendo com que se modernizem com o desenvolvimento de novas tecnologias, melhorem sua capacidade produtiva, capacitem seus colaboradores e tudo o que elas precisam fazer para acompanhar essas mudanças, essa transformação de mercado.
Pensar no comércio exterior, pensar em desenvolver negócios de importação e exportação é uma boa oportunidade de se ter uma proteção natural, porque se negocia em moeda forte. Se for exportação, a empresa recebe sua receita em moeda forte, então ela pode ficar segura em relação àquela receita que vem do exterior. Entretanto, não existe importação e exportação somente desenvolvida por uma única cabeça, a de um gestor dentro de uma empresa. É essencial que ele traga para esse processo de planejamento outras áreas do conhecimento. O comércio exterior demanda de contabilidade, de compliance e das áreas fiscal e jurídica. Então por que não pensar o comércio exterior como um novo produto de assessoria e de negócio? O Brasil, apesar de ser muito forte em comércio internacional de commodities como já foi dito, ainda tem um longo caminho a percorrer no que diz respeito à participação no comércio internacional.
No contexto global, o Brasil detém cerca de 1% de participação, o que é muito pouco. Mesmo que atualmente você não atenda empresas voltadas ao comércio exterior, não significa que não possa fazê-lo no futuro. Como empreendedor, você pode levar seus produtos ou serviços para fora.
Como colaborador de uma organização que no momento não participa do mercado internacional, quem garante que amanhã ela não virá a fazê-lo? Ou que você mude para uma organização que o faça? O conhecimento das mais diversas áreas da administração é fundamental para qualquer empresa que queira melhorar o seu processo de internacionalização.
É essencial também para os profissionais, que são peças fundamentais para a construção desse planejamento. Para as empresas, fazer importação e exportação é não depender de um único mercado (o interno) a vida inteira. É voltar o seu pensamento estratégico para o desenvolvimento de novos mercados, fazendo com que essa empresa supere, de uma forma muito mais tranquila, as crises e as dores de seu mercado doméstico. E em um mundo que muda o tempo inteiro e no qual as transformações constantes são sentidas pelas empresas, pelos profissionais e pelo mercado em tempo real, qual é a regra? É ser protagonista, não alguém que apenas reage às mudanças. Portanto, seja o protagonista, identifique as oportunidades desse mercado, as possibilidades de desenvolvimento de novos negócios relacionados à estratégia empresarial, aqueles voltados para o comércio exterior. Conduza um planejamento, um caminho que leve a empresa a participar e a diversificar os seus negócios.
Vantagens do comércio exterior para as empresas
Qualquer que seja o segmento de uma empresa — prestação de serviço, assessoria, indústria, e-commerce, varejo — as vantagens que se aplicam ao comércio exterior são muitas. Não estamos falando apenas da questão da receita, ou seja, o resultado gerado e que se transforma em renda para o negócio, que é o objetivo essencial. A organização que se desenvolve para o comércio internacional diversifica os seus mercados, diversifica o seu negócio. Ela adquire uma fonte de receita em moeda forte, em se tratando da exportação de um produto ou serviço. Se é uma indústria, melhora o seu processo produtivo, porque muitas vezes ela precisa adaptar seus produtos para que atendam às exigências do mercado de fora, o que geralmente também exige uma qualificação diferenciada de seus colaboradores.
Além disso, a empresa pode usufruir dos benefícios fiscais que existem, por exemplo, na exportação, incentivada para manter a balança comercial do país em equilíbrio. A balança comercial é o resultado financeiro entre as exportações e importações brasileiras. O Brasil, assim como os demais países, precisa de volume de exportação para que a sua economia se fortaleça, isto é, para aumentar suas reservas em moeda estrangeira. São vários os ganhos que uma empresa pode ter quando desenvolve importação e exportação, isso é um fato. A empresa só precisa entender como este mercado funciona para tentar desenvolver negócios novos ou diversificar aqueles que ela já faz. Transformar informação de comércio exterior em conhecimento e, a partir daí, montar estratégias de negócios.
Se você gostou deste artigo, confira também: o perfil do profissional de comercio exterior
1 comentário em “O Comércio Exterior como negócio para empresas dos mais diversos setores”
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