Os primeiros registros escritos de que se tem notícia são da Suméria, e chegam a ter mais de 9 mil anos. A maioria são registros de uma vida cotidiana muito mais avançada do que muitos poderiam imaginar: são cartas, mensagens, registros pessoais, transações comerciais e até mesmo de impostos.
Uruk, uma das maiores cidades do império e onde a maior parte dos registros arqueológicos foram encontrados, era uma grande cidade. Ela tinha uma forte estrutura religiosa, governo próprio, artesões habilidosos e era auto sustentável em produção de alimentos (a cidade era cercada por campos cultiváveis, pomares e criação de animais).
Mas uma economia urbana tão desenvolvida requer trocas (ou comércio), planejamento e, claro, taxação, também. Imagine os primeiros contadores do mundo, sentados nos templos, registrando tudo o que entrava e saía dos depósitos.
Mas os contadores da Mesopotâmia não só registravam o “fluxo de caixa”, as entradas e saídas de itens. Eles também foram os responsáveis pelos primeiros contratos de que se tem registro. Chamadas de Bullas, esses pedaços de argila tinham, registradas em sua superfície, as partes envolvidas e as obrigações e direitos de cada um, segundo o acordo – incluindo os recursos que deveriam ser pagos.
E do lado de dentro da Bulla, envolto em argila, eram colocadas fichas que representavam e selavam o acordo.
Não é possível saber quem eram as partes envolvidas nesses contratos. Se eram acordos religiosos, ligados aos templos, se eram impostos ou débitos privados; tudo é muito incerto. Mas esses registros históricos de pedidos de compras e recibos tornaram possíveis a vida em sociedade numa cidade complexa e muito desenvolvida para sua época.
2 comentários em “Como os primeiros contadores da história faziam seus registros?”
Boa tarde, interessante como foram os primeiros registros, uma coisa é certa, o governo já estava de olho nos impostos que essas transações iriam gerar, tanto lá como cá não tem escapatória, temos que pagar alguns para o governo
Desde o inicio se tem o equívoco de achar que a contabilidade, especialmente a dos custos é um processo que interessa mais ao governo. Na verdade a contabilidade, especialmente a de custo é interesse fundamental do empresário, quando bem executada, é salvaguarda do capital da empresa.