A Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) foi atualizada em agosto de 2024 e entrará em vigor em 26 de maio de 2025.
A NR-1, criada em 1978 pela Portaria MTb nº 3.214, é a base das diretrizes de segurança e saúde no trabalho no Brasil. Recentemente, ela passou por passou por um importante ajuste (agosto de 2024). A norma agora deixa expressamente claro que os riscos psicossociais — como estresse, assédio moral e sobrecarga de trabalho, também devem ser incluídos no processo de reconhecimento e controle de riscos ocupacionais.
Essa pequena alteração chama a atenção para um importante aspecto da norma sobre o bem-estar dos trabalhadores, alinhada às demandas do mercado atual.
Mas o que isso significa na prática? E como os profissionais podem se preparar para liderar nesse cenário?
Por que a NR-1 foi atualizada?
O mundo do trabalho mudou. Pressões por produtividade, jornadas intensas e ambientes competitivos trouxeram à tona problemas como ansiedade, burnout e conflitos interpessoais. Embora a NR-1 sempre tenha exigido o reconhecimento e o controle de todos os riscos no ambiente laboral, muitos profissionais e empresas negligenciavam os riscos psicossociais por falta de menção explícita.
A atualização serve, portanto, como um alerta de que a partir de agora não há mais desculpas para ignorar esse tipo de risco.
A Organização Mundial da Saúde estima que transtornos mentais relacionados ao trabalho custam bilhões anualmente às empresas, além de impactarem diretamente a qualidade de vida dos trabalhadores.
No Brasil, onde a cultura de longas jornadas ainda persiste, esse reforço na norma é um passo importante para promover ambientes mais saudáveis e humanos.
Quais são as atualizações da NR 1 para 2025?
O que muda na prática?
Com a nova redação da norma, empresas de todos os portes devem considerar os riscos psicossociais com a mesma atenção dedicada aos riscos físicos, químicos e biológicos. Isso inclui avaliação de fatores como excesso de demandas, pressões abusivas e ambiente tóxico; planejamento de ações preventivas, como campanhas internas, canais de escuta e ações educativas; documentação dos riscos psicossociais nos Programas de Gerenciamento de Riscos (PGR); o monitoramento contínuo das medidas adotadas e revisões periódicas de sua eficácia.
Essas práticas passam a ser exigências objetivas, com potencial de impactar profundamente o papel dos profissionais de SST. Não basta mais saber sobre EPI ou legislação: é preciso também entender sobre comportamento, comunicação e clima organizacional.
Assédio moral e saúde emocional: um desafio crescente
A menção explícita ao assédio moral e à saúde emocional como fatores críticos de risco coloca em evidência uma das maiores vulnerabilidades das empresas atualmente. Ignorar essas questões pode acarretar não só adoecimento dos trabalhadores, mas também consequências legais, perdas de produtividade e danos à reputação corporativa.
E a realidade já mostra essa tendência: cresce o número de ações trabalhistas relacionadas a danos morais e riscos psicossociais. O que antes era invisível, hoje é motivo de processo, e de multa.
Hoje, já é possível observar um crescimento nas ações trabalhistas relacionadas a danos morais e assédio. Isso mostra que o ambiente emocional das empresas passou a ser um fator de atenção jurídica e financeira.
De onde vêm essas mudanças?
O esclarecimento sobre os riscos psicossociais foi consolidado por meio da Portaria MTE nº 1.419, de agosto de 2024, que complementa o processo de atualização iniciado com a Portaria nº 6.730/2020.
Além dela, as Portarias MTE nº 342 e nº 344, publicadas em março de 2024, também contribuíram para reforçar a importância da abordagem integral da saúde do trabalhador.
Esse movimento alinha a NR-1 a diretrizes internacionais, como as da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que há anos alertam para os impactos do estresse crônico, do assédio e da precarização nas relações de trabalho.
Novas Visões e Tendências em SST: o que os profissionais precisam saber
A nova redação da NR-1 chama a atenção para a forma como devemos enxergar a saúde ocupacional. O profissional de SST do futuro ou melhor, do presente, precisa dominar temas como:
- Indicadores de clima e cultura organizacional;
- Psicologia organizacional aplicada à prevenção;
- Comunicação empática e escuta ativa;
- Planejamento estratégico de ações integradas de saúde.
Esses e outros temas fazem parte do módulo “Novas Visões e Tendências em Segurança e Saúde no Trabalho” do nosso MBA em Gestão de SST da BSSP, que está totalmente alinhado com as exigências mais recentes da legislação brasileira e das melhores práticas internacionais.
Se você é um profissional da área de SST, não pode deixar de se atualizar. Esteja à frente e não perca chances ou dinheiro por falta de informação ou preparo.
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